As práticas de cuidado para umbandistas: um estudo de representações sociais

A existência humana apresenta ligação com o fenômeno religioso e a umbanda é uma religião afro-brasileira rica em ideias, concepções e rituais, tendo a fé atrelada a transcendência espiritual, onde há conexão com Deus por meio do seu orixá. Buscar conhecer as práticas de cuidado e suas representações para umbandistas, com a possibilidade de compreender sua influência para o autocuidado e o enfrentamento do adoecimento e a saúde. Estudo de qualitativo, descritivo, baseado na abordagem estrutural da Teoria das Representações Sociais (TRS). A coleta de dados foi desenvolvida através de um questionário sociodemográfico e a coleta de evocações livres com 112 umbandistas dos sexos masculino e feminino que frequentam centros, terreiros, casas de santos e tendas de umbanda de diferentes vertentes de trabalho, no município do Rio de Janeiro, Brasil. A análise de evocações livres foi realizada através do software Iramuteq sobre o termo indutor Práticas de cuidado na Umbanda. Se visualiza um predomínio expressivo do sexo feminino com 74 mulheres (66,1%). Quanto a cor autodeclarada, houve um quantitativo majoritário de participantes brancos 45,0%, (n=51), em seguida de pardos 34,0% (n=38), preto 20,0%, (n=22), e indígena 1,0% (n=1). No que se refere a faixa etária do grupo, se observa uma participação mais significativa de adultos-jovens. Ao analisar o provável núcleo central presente no quadro de quatro casas, destaca-se a presença de sua dimensão prática, através dos elementos passes, ervas e banhos. As práticas de cuidado na umbanda exibem um papel essencial para o grupo devido as suas funções no cuidado à saúde, priorizando a individualidade nos atendimentos dos rituais. Destaca-as a indispensabilidade dos cuidados que englobem outras dimensões, como: religiosa, espiritual e emocional, removendo a visão do cuidado curativo pautado na prática biomédica.