Práticas educativas de promoção ao uso racional de medicamentos na atenção primária à saúde

O uso racional de medicamentos (URM) está previsto na Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) e na Política Nacional de Medicamentos (PNM), na garantia de produtos seguros, eficazes e com qualidade. Para promover o URM são necessárias ações com a população e profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) que possam repercutir positivamente na compreensão destas políticas públicas de saúde. Este estudo analisou práticas e demandas de educação em saúde dos profissionais da APS voltadas à promoção do URM. A coleta de dados ocorreu por meio de aplicação de questionário autoaplicável a profissionais de nível superior que atuam na APS em 12 municípios pertencentes à 27ª Região de Saúde do Rio Grande do Sul. Participaram do estudo 67 de um total de 288 profissionais de nível superior, no período de abril a julho de dois mil e vinte e dois. Houve identificação da realização de ações exitosas voltadas à automedicação, guarda, descarte correto de medicamentos e inserção do farmacêutico no cuidado na APS. Como fragilidades identificou-se o não reconhecimento da PNAF e da PNM por 39% dos respondentes, todos de áreas distintas da farmácia. Os profissionais de saúde participantes deste estudo recebem demandas relacionadas a medicamentos em sua rotina de trabalho, o que requer o reconhecimento dessas políticas públicas de saúde. Dos participantes da pesquisa, 57% declararam nunca ter participado de ações de Educação Permante em Saúde (EPS) sobre a promoção do URM. O estudo mostrou a necessidade da inserção do tema do URM na agenda de EPS dos municípios pesquisados, objetivando a construção da qualificação do cuidado em saúde para implantação da PNAF e da PNM e de forma transversal o URM. Sugere-se a continuidade das investigações em outros locais, considerando diferentes atores sociais para ampliar as análises sobre esta temática.