Um estudo de caso sobre as melhorias de acessibilidade no código fonte do material didático dos cursos técnicos a distância do IMD/UFRN

A sociedade tem demandado inclusão e acessibilidade para que as pessoas com deficiência e outras necessidades específicas possam atuar de forma efetiva e autônoma. Para isso ocorrer na educação a distância, os materiais didáticos digitais utilizados devem ser acessíveis. Entretanto, ainda há programadores mantendo suas barreiras atitudinais sob o argumento de que os cuidados com a acessibilidade afetam de forma significativa o seu trabalho e aumentam demasiadamente os custos de programação. Nesse contexto, este trabalho relata um estudo de caso que analisou as mudanças para melhoria de acessibilidade no código-fonte do material didático dos cursos técnicos em informática a distância, ofertados pelo Instituto Metrópole Digital (IMD) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Brasil. Os códigos-fonte original e modificado foram comparados para identificar as quantidades de arquivos, linhas e tipos de modificações por partes específicas do código-fonte afetadas por melhorias de acessibilidade neste material didático. Observou-se que 66% de todos os arquivos do material didático foram modificados, cobrindo 2% de todas as suas linhas de código-fonte. A proporção de mudanças necessárias foi muito pequena comparada com o benefício que trazem às pessoas com deficiência. Os resultados deste estudo de caso são bons indícios de que a programação web de materiais didáticos digitais acessíveis seja mais uma questão de cuidado (atenção, preocupação) do que de esforço (trabalho, recursos). É preciso refletir sobre experiências como esta para repensar concepções prévias sobre a atuação profissional dos programadores na promoção da acessibilidade e inclusão na educação a distância.