ESTUDO LIMNOLÓGICO E HEMEROBIA DE UMA MICROBACIA HIDROGRÁFICA URBANA

A antropização da paisagem tem contribuído para a alteração das variáveis limnológicas de corpos hídricos interiores, bem como a integridade dos ecossistemas nas bacias hidrográficas. A condução de análises limnológicas aliadas aos usos e cobertura da terra geram informações úteis para o planejamento e tomada de decisão. Frente ao exposto, o presente trabalho almejou conduzir um estudo limnológico, verificar os principais usos da terra e o grau de hemerobia de uma microbacia do córrego do Santa Maria do Leme, no interior do Estado de São Paulo. Para tanto, foram conduzidas seis campanhas amostrais no ano de 2020, identificou-se os principais usos e cobertura da terra com o enquadramento das classes encontradas em diferentes graus de hemerobia, permitindo a verificação da naturalidade da paisagem. Verificou-se a influência da sazonalidade e do escoamento superficial sobre as variáveis limnológicas, devido a formação de grupos distintos no diagrama de dispersão da Análise de Componentes Principais. Predominam na microbacia áreas urbanizadas (30,47%) e de lavoura temporária (25,16%), as áreas de vegetação nativa correspondem a menos de 17% do território e concentra-se ao redor dos corpos hídricos. A paisagem é marcada pelo alto grau de artificialidade (ca. 84%) e interferência antropogênica, situação refletida pelos graus de hemerobia (áreas mesohemerobioóticas, eumerobióticas, polihemerobióticas e metahemerobióticas). Apesar de a possuir uma alta dependência antrópica, os elementos naturais existentes são de grande importância para a manutenção de funções ambientais e manutenção dos corpos hídricos.