Diversidade florística e estrutural das formações savânicas do Jalapão – Tocantins, Brasil

O objetivo deste trabalho foi descrever e avaliar a variação florística e estrutural que caracteriza as diferentes fitofisionomias encontradas na região do Jalapão (campo sujo, campo cerrado, cerrado sentido restrito, cerrado sentido restrito de topo de chapada, cerrado sentido restrito de encosta e cerrado rupestre de encosta), localizada no Estado do Tocantins. Foram amostradas oito áreas que seguiram o mesmo padrão de coleta, ou seja, dez parcelas de 20 × 50 m em cada área, distribuídas a cada 50 m. Em cada parcela, foram amostrados todos os indivíduos com circunferência ≥ 10 cm, medidos a 30 cm do solo. Nas parcelas de 20 × 50 m, foram instaladas subparcelas de 5 × 15 m, onde foram amostrados os indivíduos com circunferência ≥ 5 e < 10 cm, medidos a 30 cm do solo. Além disso, foram instaladas subparcelas de 2 × 2 m para amostragem dos indivíduos ˂ 5 cm. Nas oito áreas de estudo foram amostradas 338 espécies pertencentes a 76 famílias botânicas. A riqueza e o índice de diversidade tenderam a aumentar em direção aos estratos inferiores. O Cerrado Rupestre de Encosta (A4 e A7) apresentou a maior representatividade no número de espécies, com 153 e 158, respectivamente, enquanto o Campo Sujo (A2) apresentou baixa riqueza específica nos três estratos. O estrato superior revelou uma maior similaridade entre as fitofisionomias, ao passo que, no estrato médio e inferior, as parcelas mostraram-se mais dispersas. As espécies comuns às oito áreas foram Hirtela ciliata, Pouteria ramiflora, Davilla elliptica e Ouratea macranthos. O presente estudo comprova que as fitofisionomias apresentaram espécies exclusivas com arranjos florísticos e estruturais distintos, evidenciando que cada área possui uma identidade singular que contribui para a funcionalidade do ecossistema.